Ui, rapidinhas! - Cover de Jeff Buckley para Smiths Ganha Clipe Lindo

15:04 Raquel 0 Comments


It's so easy to laugh. It's so easy to hate. It takes strength to be gentle and kind. 
"I Know It's Over" é, provavelmente, uma das minhas músicas favoritas dos Smiths. Uma delicadeza cortante que já me fez lacrimejar algumas vezes. Então, quando hoje me deparei com o clipe dirigido Amanda Demme e produzido pela Amy Redford para o cover que Jeff Buckley fez para essa música, parei o que estava fazendo para assistir.



O clipe traz a relação de um garotinho ansioso com sua mãe. A estética criada por Demme e Redford quase me fazem crer que Buckley em pessoa tenha pedido por esse clipe. É reconfortante e, ao mesmo tempo, levemente perturbador e inquietante, como se a mãe fossemos nós, e o garotinho, a ansiedade que se faz presente em nossas vidas e com a qual nem sempre sabemos como, mas precisamos cuidar a todo momento.

A delicadeza cortante de uma canção tão, tão bela transparece e transborda por todo o clipe. E Jeff, um dos meus cantores favoritos, cantando uma das minhas músicas favoritas dos Smiths? Sem palavras. Mesmo depois de tantos anos, ele ainda consegue me deixar muda, plantada onde estou, tentando digerir essa melancolia toda que só ele sabe transparecer e interpretar.

O cover de Buckley faz parte de uma coletânea de músicas inéditas chamada "You and I" que será lançada em 16 de março. O álbum traz 10 faixas, entre covers e originais, em versões cantadas por Jeff nunca ouvidas antes. Essa compilação foi montada a partir de gravações do cantor no começo da carreira como forma de mostrar aos produtores o que ele estava imaginando para o seu álbum de estreia - o Grace.

Além de "I Know...", Jeff ainda canta "The Boy With a Thorn In His Side" também dos Smiths e outros covers de Led Zeppelin e Bob Dylan.


I Know It's Over - Jeff Buckley (cover The Smiths)
Diretora: Amanda Demme
Produtora Executiva: Amy Redford

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Aquele quando Shonda Rhimes me deu uma lição de moral

15:32 Raquel 0 Comments


Se você me perguntasse ontem, o que eu queria ser da vida, eu diria: “Shonda Rhimes”. Assim, sem hesitar porque Shonda é uma das maiores cabeças do mundo do entretenimento. Atualmente, é criadora, produtora executiva e roteirista de três séries veiculadas por um dos maiores canais abertos americanos; ela comanda as noites de quinta-feira com “Grey’s Anatomy”, “Scandal” e “How To Get Away With Murder”.

Sabe quando uma mulher dominou uma noite de primetime assim em uma tv? Nunca. Logo, você pode imaginar porque eu admiro tanto a Shonda. Há quem diga que ela é dramática demais, exagerada demais, drama queen até o osso. Talvez seja essa semelhança em como vemos o mundo que me atraia ao trabalho dela, não sei. Mas admiro sua capacidade de capturar e prender o espectador, em entregar uma história que, por vezes, desce atravessada na garganta.

Mas não é sobre as competências técnicas da dona Rhimes que eu quero falar aqui. Mas, por admira-la tanto que, quando soube que ela tinha sido paraninfa da turma de 2014 da Dartmouth, corri pra assistir ao discurso dela aos alunos que ganhavam o mundo após os anos mais loucos da vida deles.

Deixe-me esclarecer algo antes de começarmos. Eu tenho uma playlist no meu YouTube com vídeos que me sacodem quando preciso; que, por vezes, me fazem levantar da cama, que me fazem ouvir “Eye of the tiger” no meu subconsciente e me preparam para um dia difícil, uma semana complicada, um mês interminável. Os temas são diversos, desde spoken poetry até máster classes e vídeos sobre fazendas urbanas. E, como você pode imaginar a esse ponto do texto, esse discurso da Shonda Rhimes está nessa lista (e você já vai entender o porquê).

Voltemos a parte onde eu queria ser a Shonda. Mas e ela, o que queria? Queria ser Toni Morrison, a escritora ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1993. E assim a vida se seguia até então: eu almejando ser a Shonda, e a Shonda almejando ser a Toni.

Mas, enquanto eu sonhava em ser a Shonda, ela me dizia no discurso que sonhar é besteira.

Pá! Lá estava ela, de beca preta dizendo na minha cara que sonhar era besteira. E meus olhos se esbugalharam enquanto ela explicava que vivem nos dizendo que devemos sonhar e sonhar alto e não parar de sonhar enquanto não realizarmos, mas que enquanto estamos sonhando, as pessoas felizes e bem-sucedidas, aquelas pessoas realmente interessantes e engajadas estão fazendo.

“Os sonhadores, eles olham para o céu, e fazem planos; eles falam sobre isso incessantemente, e começam muitas de suas frases com ‘eu quero ser’ ou ‘eu gostaria’: ‘eu quero ser um escritor’, ‘eu gostaria de viajar o mundo’  e eles sonham com isso.

Os engomadinhos se encontram para beber e se gabar de seus sonhos, e os hippies imaginam seus mantras e meditam sobre os seus sonhos. Talvez você escreva em diários sobre seus sonhos ou os discute sem parar com o sua melhor amiga ou a sua namorada ou sua mãe. E isso é muito bom. Você está falando sobre isso, e você está planejando isso. Mais ou menos. Você está pintando um céu perfeito de sua vida. E isso é o que todo mundo diz que você deveria estar fazendo. Certo? Quer dizer, isso é o que Oprah e Bill Gates fizeram para atingir o sucesso, certo?

Não.

Sonhos são adoráveis. Mas eles são apenas sonhos. Fugaz, efêmero, bonito. Mas os sonhos não se tornam realidade só porque você os sonha. Éo trabalho duro que faz as coisas acontecerem. É um trabalho duro que cria mudanças”.

Pare de ser um sonhador e torne-se um ‘fazedor’. Quer ser um escritor? Escreva todos os dias, aprimore seu trabalho. Quer viajar? Venda seu carro e compre uma passagem, agora.

Faça algo, mantenha-se em movimento. Comece por fazendo algo que você não gosta até que você alcance o que você quer ser/fazer. Se você não sabe o que quer ainda, sem problemas, só não pare de se mexer; de ir atrás da vida.

Uma das coisas que me fizeram querer ser Shonda é sua eficácia e como ela consegue balancear suas três filhas e suas três séries. Mas Rhimes ainda tinha uma lição para mim: é impossível ser perfeito.

“Se estou acertando em uma parte, estou inevitavelmente falhando na outra. Esse é o dilema. Essa é a barganha Faustiana que se faz com o diabo para ser uma mulher poderosa no trabalho e uma mãe poderosa. Você nunca se sente a cem por cento ok; você nunca terá seus pés na areia; você está sempre um pouco enjoado. Algo está sempre perdido.

Algo está sempre em falta.

E, no entanto. Eu quero que minhas filhas me vejam e me conheçam como uma mulher que trabalha. Eu quero dar esse exemplo a elas. Eu gosto de como elas estão orgulhosas quando elas vêm para meu escritório e sabem que elas vêm para a Shondaland. Existe uma terra nomeada após a sua mãe. Em seu mundo, mães administram empresas. Em seu mundo, mães reinam nas noites de quinta. Em seu mundo, mães trabalham. E eu sou uma mãe melhor para elas por isso. A mulher que eu sou por ter de administrar a Shondaland e escrever o dia todo (...) essa mulher é uma pessoa melhor – e uma mãe melhor. Porque aquela mulher é feliz. Aquela mulher está satisfeita; aquela mulher é completa.”

A vida adulta assusta, e o medo de 'ter de ser algo' chega a ser paralisante. Mas no fim, é preciso continuar se movendo e fazer algo, sempre.

Se você me perguntar agora, o que eu quero ser da vida, tenho que dizer: “eu”. E, se for preciso, esses 24 minutos de “tapas na cara” dados pela Shonda Rhimes serão reproduzidos todo santo dia, até que a "sonhadora" aqui, se torne uma “fazedora”.

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